Coworking: como escolher o escritório ideal

Dividir o ambiente de trabalho com profissionais desconhecidos pode ser benéfico para os negócios, mas também esconde armadilhas capazes de prejudicar o rendimento e o relacionamento com o cliente.

O modelo de escritórios compartilhados chegou ao Brasil em meados dos anos 90. Já o conceito de coworking, em que profissionais de diferentes empresas e segmentos dividem o mesmo ambiente de trabalho e, muitas vezes, se beneficiam dessa integração, foi consolidado por aqui somente nos últimos quatro anos. E público não falta para os espaços de coworking que, segundo estimativa da Associação Nacional dos Centros de Negócios e Escritórios Virtuais (ANCNev) crescem entre 30% e 40% ao ano. São profissionais liberais em busca de um canto longe das distrações domésticas do home office (e perto de possíveis parceiros nos negócios), autônomos à procura de um escritório temporário para receber seus clientes, empreendedores que necessitam de abrigo para os primeiros passos antes de o negócio decolar e grandes empresas dispostas a alugar um espaço enquanto organizam eventos em outro estado.4

Com a diversidade do público-alvo, existem espaços para todos os perfis de profissionais. Resultado: quem escolhe errado pode ter o rendimento no trabalho prejudicado ou pagar caro demais pelo aluguel desses escritórios. Os empreendedores André Camargo e Vinícuis Dourado, da start-up OneTwo, empresa de tecnologia focada em varejo de vestuário, acumulam experiência em escritórios compartilhados e dão dicas para evitar as ciladas do coworking:

1. Localização

Aqui, vale a máxima de que o cliente tem sempre razão. Ou seja, embora pareça tentador optar pelo escritório localizado a 100 metros de casa, o acesso para os clientes é prioridade – a não ser, é claro, que a visita de terceiros não faça parte da rotina de trabalho. Portanto, a combinação entre facilidade de acesso, seja de carro ou por transporte público, e estacionamento nas redondezas é a ideal.

2. Mobiliário

Design nem sempre combina com ergonomia. Se a intenção é permanecer no escritório durante algumas horas todos os dias, o visual não deve ser fator decisivo na escolha. Neste caso, cadeiras com apoios de braço e ajustes de altura e encosto ganham pontos extras. E, atenção: se você é organizado, pode não gostar de ver sua mesa ser invadida pela bagunça do vizinho. Prefira espaços contemplados por mesas com divisórias ou individuais.

3. Comunicação

Graças à qualidade sofrível do serviço de telefonia móvel no Brasil, mesmo nas grandes metrópoles não é difícil encontrar lugares onde seu celular não encontra sinal. Portanto, cuidado para não escolher um local de trabalho em que é preciso ir até a calçada para fazer uma ligação. Internet é outro item a ser cuidadosamente avaliado. A simples presença de wi-fi não é suficiente. Pergunte aos possíveis colegas se a estabilidade e velocidade da internet são satisfatórias.

4. Salas de reunião

Você precisa de uma sala fechada para se encontrar com o cliente, mas as salas de reunião nunca estão vazias. Ou, quando consegue reservar o espaço para apresentar o projeto, a sala não conta com os equipamentos necessários. Para evitar esses e outros contratempos, avalie a demanda e se os recursos disponíveis nas salas de reunião atendem às suas necessidades.

5. Colegas

Uma das vantagens do espaço de coworking é poder trocar experiências com os vizinhos e, não raro, firmar parcerias com profissionais ou empresas que se instalam no mesmo escritório. De olho em oportunidades como essas, dê preferência a locais que abrigam profissionais que atuam em áreas relacionadas à sua.

6. Infraestrutura

Quanto mais alta é a densidade populacional do escritório, maior é a necessidade de manutenção e limpeza de ambientes como banheiro, copa e cozinha. Portanto, antes de escolher o próximo local de trabalho, certifique-se de que a alta circulação não comprometa a higiene e organização dessas áreas.

7. Preço

O valor do pacote mensal nem sempre é o melhor critério para determinar o aluguel mais barato. O uso da sala de reunião, por exemplo, pode estar incluído no preço ou ser cobrado separadamente, por hora. Se o seu negócio exige encontros frequentes com clientes ou sócios, pagar à parte pela sala de reunião pode não ser a opção mais vantajosa. Outra questão importante é o telefone fixo, pois há desde pacotes que incluem chamadas ilimitadas até sistemas de cobrança avulsa pelo uso do telefone, o que pode encarecer demais o aluguel do espaço.

Matéria publicada originalmente em: http://veja.abril.com.br/economia/coworking-como-escolher-o-escritorio-ideal/

COMPARTILHE:



COMENTE:

Abrir conversa